segunda-feira, 30 de março de 2015

O Verdadeiro coelho da Páscoa


Era uma vez um papai coelho de páscoa e uma mamãe coelho de páscoa que tinham sete filhinhos. Como estava chegando a páscoa, o pai pediu que a mãe arrumasse uma cesta com bastantes ovos coloridos, para que cada um dos coelhinhos os escondesse. Assim, saberiam quem dos filhinhos era o coelho de páscoa de verdade.

O primeiro escondeu o ovo dourado. Saiu correndo o mais rápido que podia e, ao chegar no jardim da escola onde deveria esconder o ovo, viu-se diante de um grande portão. Como vinha correndo com grande velocidade, não conseguiu preparar o pulo e saltou de tamanho mau jeito que, do outro lado, o ovo caiu e se quebrou. Este era o coelho da páscoa de verdade?

O segundo coelho escolheu o ovo vermelho e se pôs a caminho da escola. Quando passava pelo campo, encontrou um coelho amigo que o convidou pra brincar. De início o coelhinho não quis, pois precisava antes esconder o ovo. Mas o outro insistiu tanto que ele concordou e pôs seu ovo num cantinho. Brincou muito de correr, pular e se esconder. Quando o coelho se lembrou do ovo, não o encontrou logo e quando o achou, estava todo quebrado e amassado. Os coelhinhos tinham-no quebrado enquanto brincavam. Este era o coelho de verdade?

O terceiro escolheu o ovo prateado. A caminho da escola, encontrou a raposa. Esta, ao ver o ovo, o pediu ao coelho que não quis lhe dar. “Eu lhe darei uma moeda de ouro em troca” – disse a raposa. O coelho não resistiu e aceitou a troca, indo com a raposa até a sua toca. Lá a raposa pegou o ovo e levou-o para dentro. Depois de muito esperar, o coelho chamou a raposa que saiu de sua casa com cara feia, sem moeda alguma e ainda disse que comeria o coelho se ele não fosse embora. Este era o coelho da páscoa de verdade?

O quarto escolheu o ovo verde. Ao passar pela floresta, um pássaro começou a gritar “A raposa vem vindo”. O coelho quis enconder o ovo para a raposa não o levar. O pássaro ofereceu-se para esconde-lo em seu ninho no alto da árvore. Porém, a raposa não apareceu e o coelho pediu o ovo de volta, mas o pássaro lhe disse que ele viesse busca-lo em seu ninho. Este era o coelho de verdade?

O quinto pegou o ovo listrado. Ao passar por uma ponte sobre um rio, olhou para baixo e viu sua imagem refletida na água. Ficou tão maravilhado com sua beleza e foi se debruçando cada vez mais, até que o ovo caiu e se espatifou nas pedras do rio. Esta era o coelho de verdade?

O sexto pegou o ovo de chocolate e, ao passar pela floresta, encontrou o esquilo, que pediu o ovo. O coelho não quis dar, mas o esquilo pediu se ao menos poderia dar uma lambidinha só para provar. O coelho então permitiu e também deu uma lambidinha só para provar, até que o ovo se acabou. Este era o coelho de páscoa de verdade?

O sétimo escolheu o ovo azul e passou pelo campo, mas não brincou com o coelho amigo, encontrou a raposa e não trocou o ovo, não ligou para o pássaro que dizia que a raposa viria, passou sobre a ponte e não olhou o rio, encontrou o esquilo e não o deixou provar o ovo e, ao chegar diante do portão da escola, olhou-o bem e deu o pulo certo. Na escola, escondeu o ovinho sem ser visto pelas crianças e voltou para casa. Este era o coelho de páscoa de verdade?


A bola com a qual as crianças brincavam no jardim rolou justamente até o arbusto sob o qual o coelho escondera o ovo e foi muito grande a alegria das crianças!

A lenda do Coelho da Pascoa




Perto da casa do menino Jesus, um passarinho construiu seu ninho. Todas as manhãs, Jesus era acordado pelo alegre e bom canto da avezinha.
Certa manhã, porém, ele foi acordado pelo piar aflito do passarinho. Jesus espiou e viu que a mamãe passarinho chorava desconsolada, pois a raposa havia roubado os seus ovinhos.
O menino Jesus ficou triste e saiu pelo campo, pedindo aos bichos que passavam que o ajudassem a encontrar os ovinhos roubados.
Gatinho, você quer me ajudar a encontrar os ovos da mãe passarinho?
Não posso Jesus. Minha dona me encarregou de caçar um rato que sempre rouba queijo todas as noites.
Assim Jesus foi se dirigindo aos animais, mas era inútil. Todos estavam ocupados. O cão cuidava da casa. A formiga trabalhava apressadamente. O grilo estava cansado de pular de galho em galho. Nenhum bicho podia ajudar Jesus. Foi então que o coelho colocou as orelhas para fora da toca e disse:
Jesus, se você quiser, eu posso te ajudar.
E saiu correndo até encontrar o esconderijo da raposa. Mas que pena. Ela já havia comido todos os ovinhos. O coelho com pena do passarinho e querendo agradar a Jesus, resolveu pedir um ovinho para cada um dos passarinhos que conhecia e levou a Jesus.
O menino Jesus colocou os ovinhos no ninho da mamãe passarinho, que nem desconfiou de nada. Como recompensa, o coelhinho foi encarregado por Jesus, de todos os anos, na Páscoa, distribuir ovinhos para as crianças.

domingo, 22 de março de 2015

O Significado da Páscoa


FELIZ PÁSCOA!!!
FELIZ PÁSCOA!!

ORIGEM E SIGNIFICADO DA PÁSCOA
A origem da celebração da Páscoa está na história judaica relatada na Bíblia, no livro chamado “Êxodo” Êxodo significa saída, e é exatamente a saída dos judeus do Egito que esse livro relata.
Quando Ramsés II, rei do Egito, subiu ao trono, apavorou-se com o crescimento do povo de Israel, achando que esse crescimento colocava em risco o seu poder. Essa preocupação, deu início a uma série de ordens e obras levaram os judeus a um período de grande sofrimento.
Conta a Bíblia que Deus, vendo o que se passava com seu povo, escolheu Moisés para tirá-los dessa situação, dando a ele os poderes necessários para o cumprimento da missão. Na semana em que o povo de Israel iniciou sua jornada para sair do Egito, Deus ordenou que comessem só pão sem fermento e no último dia, quando finalmente estariam fora do Egito seria comemorada a primeira Páscoa, sendo esse procedimento celebrado de geração em geração.
Essa celebração recebeu o nome de Pessach, que em hebraico significa passagem, nesse caso da escravidão à liberdade. Daí surgiu a palavra Páscoa.
Jesus Cristo deu novo significado à Páscoa. Ele trouxe a “boa-nova”, esperança de uma vida melhor, trouxe a receita para que o povo se libertasse dos sofrimentos e das maldades praticadas naquela época.
A morte de Jesus Cristo representa o fim dos tormentos. A sua ressurreição simboliza o início de uma vida nova, iluminada e regrada pelos preceitos de Deus.
O domingo de Páscoa marca a passagem da morte para a vida, das trevas para a luz.
Hoje, o domingo de Páscoa representa uma oportunidade de fazermos uma retrospectiva em nossas vidas, e estabelecermos um ponto de recomeço, de sermos melhores, de sairmos do “Egito”.

A DATA DA PÁSCOA

A Páscoa é comemorada no domingo seguinte à primeira lua cheia da primavera, ou seja, depois de 21 de março. Por isso, a celebração ocorre sempre entre 22 de março e 24 de abril. A partir dessa data, é que fica estabelecido o período de 46 dias, conhecido como Quaresma, que vai da Quarta-Feira de Cinzas até o Domingo de Páscoa.
A celebração da Páscoa dura cerca de 50 dias. Tem início no Domingo da Ressurreição e se estende até o fim de Pentecostes, quando se relembra a descida do Espírito Santo sobre os Apóstolos, sob a forma de línguas de fogo.

SÍMBOLOS PASCAIS

Ovos
Os ovos guardam em si a imagem de uma nova vida, por isso foram adotados como símbolo de renovação. Costumavam ser oferecidos em muitas civilizações como presentes. No Antigo Egito e na Pérsia, por exemplo, eram pintados em tons primaveris. Na China, antes mesmo do nascimento de Cristo já se presenteava com ovos de pata pintados em cores vivas. Na Europa católica do século XVIII, ovos coloridos passaram a ser benzidos pelos cristãos e oferecidos aos fiéis.
Na Polônia e na Ucrânia, essa tradição foi levada muito a sério. Edward I registra em 1290 a despesa de compra de milhares de ovos para serem distribuídos às pessoas de sua corte. No século XVII, o Papa Paulo V abençoou um simples ovo a ser usado na Inglaterra, Escócia e Irlanda. Na Alemanha, é antigo o costume de dar ovos de Páscoa às crianças, junto com outros presentes.
Em partes da Europa, as tribos tinham uma forma abreviada de chamar Eostre, a deusa da Primavera, e que começou a ser usada para descrever a direção do nascente – Leste. Daí­ a palavra Easter (Páscoa, em inglês). As primeiras cestas de Páscoa se assemelhavam aos ninhos de pássaros. Antes, as pessoas colocavam os ovos nos ninhos em honra da deusa Eostre.
Com o passar do tempo, passaram a ser confeitados e é aí que entra o chocolate.
Chocolate
O chocolate, que por muito tempo foi servido como bebida, viu sua indústria se desenvolver bastante na Inglaterra do século XIX. Foi nessa época que apareceu o ovo de chocolate. A partir daí, rapidamente se espalhou pelos mercados europeus e depois pelo mundo.
Coelho
O coelho de Páscoa é uma atualização do antigo símbolo pascalino, a lebre (parente do coelho), considerada sagrada para a deusa Eostre. No século XVIII, colonizadores alemães levaram para os Estados Unidos a ideia dos coelhos de Páscoa.
Uma duquesa alemã, ao dizer que os brilhantes ovos de Páscoa tinham sido deixados pelos coelhos para as crianças, deu origem ao costume de fazer com que as crianças os encontrasse no dia de Páscoa.
Pomba
A Pomba ou “Colomba” pascal, pão doce e enfeitado com a forma de ave, também é um sí­mbolo cristão. A forma de pomba era usada nos antigos sacrários, onde se guardava a Eucaristia. Atualmente, passou também a ser usada no pão doce que costuma ser compartilhado, na Europa, especialmente na Itália, no café da manhã de Páscoa e da “Pasquetta” ou Pascoela, como é chamada no Brasil a segunda-feira após a Páscoa.

TRADIÇÕES

No Canadá as crianças acreditam que o coelho da Páscoa lhes trará ovos coloridos, normalmente confeitados. Todos compram roupas novas, preparam refeições especiais e participam de celebrações religiosas.
Na Alemanha e da Áustria os ovos verdes eram usados na Quinta-feira Santa. Os eslavos usavam decorações douradas e prateadas em seus ovos. Os armênios costumam decorar os ovos vazios com imagens de Cristo, da Virgem Maria e outras imagens religiosas.

BRUXAS

Na Suécia, os rituais são parecidos com os nossos, inclusive o Domingo de Ramos, marcando a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, recebido com ramos de palmeiras. Porém, há também uma superstição sobre as bruxas. Dizem que elas ficam mais poderosas nessa semana e voam em suas vassouras para se juntar ao demônio num lugar chamado “Blakulla”, voltando no Sábado de Aleluia. Por isso, na manhã de Páscoa, as pessoas evitam acender suas lareiras, porque as bruxas de Páscoa podem ter deixado algum feitiço sobre as chaminés. Quando o fazem, para se assegurarem de que os feitiços serão desfeitos, queimam nove tipos diferentes de árvores antigas.
Também são comuns cruzes e outros símbolos sacros nas portas, tiros para o céu e outras práticas anti-bruxas.

Créditos http://pat.feldman.com.br

Vem chegando a Páscoa

































 









domingo, 8 de março de 2015

UMA AVENTURA DENTRO DA NOITE



Toda manhã, um berro agudo e irritante acordava Pedro, Celso e Tilico. Essa voz esganiçada que os perseguia deixava-os bastante irritados. Mas, uma noite, os meninos tiveram uma ideia:
- E se a gente raptasse o Berrão? – propôs Tilico, usando o apelido que a m~e achava uma absoluta falta de respeito.  “Não se tem mais respeito pelas pessoas idosas, pelas coisas antigas…”
Os três riram baixinho, achando muito divertido.
- Pra esconder onde? – Pedro perguntou, brincando com a ideia. Se fizerem isso, será que alguém ia desconfiar deles? Podia ter até bilhete de resgate… Não, era má ideia. Bilhete de resgate era pista. Muito perigoso.
- Melhor pensarem que ele simplesmente desapareceu, se foi… Do tipo que aparece nos jornais: “Pessoa desaparecida. Quem souber notícias…” – Celso deu a dica. […]
Os três riram de doer a barriga, isso tudo era mesmo muito engraçado, a ideia de se livrar pra sempre do Berrão…
- A gente podia raptar ele sem bilhete, que dizer: pra valer. E esconder no meio do mato, lá bem dentro do terreno vazio, atrás do muro da esquina – insistiu Tilico falando sério e os irmãos pararam de rir.
[…]
Naquela noite, finalmente, os três se decidiram.
- Vamos raptar o Berrão. O plano é…
Com um monte de travesseiros embolados debaixo das cobertas, fingindo de gente, os três acharam que ninguém ia perceber se abrissem a porta. Só com a luz da lanterna de pilha, Celso levantou o vidro da janela e ficou segurando, enquanto Tilico pulava.
Então, Pedro, o mais forte dos três, levantou o volume embrulhado num cobertor, e passou pelo parapeito…
- Depressa, gente!
… Todos pularam e Celso fechou a janela, deixando só encostada. Pra quando eles voltassem.
[…]
Por uma brecha na parede, eles entraram no terreno vazio e foram afundando pelo mato.
- Estão vendo alguma coisa suspeita por aí? – perguntou Celso, ansioso.
- Nada – respondeu Pedro. – Tudo calmo.
[…]
- Está muito quieto. O que você fez com ele, hein, Pedro?
- Nada, juro! Eu só cheguei por trás e joguei a manta por cima. Depois, agarrei ele firme e corri pra janela. Eu apertei bem, pra se de repente ele começasse a gritar e estrebuchar… eu enrolei bem ele.
- Ele está muito quieto mesmo […] – Será que nós sufocamos ele?
- Acho que não. Ele deve estar só descansando – falou Tilico. Bem no meio do terreno, os garotos pararam e deitaram o embrulho do cobertor no chão, entre os três.
- O que a gente faz agora? – perguntou Celso.
Celso, Pedro e Tilico se aproximaram ainda mais e se juntaram numa rodinha apertada, pra combinar o que iam fazer, que nem jogador antes de começar o jogo.
[…]
Celso, Pedro e Tilico levantaram o cobertor devagarinho e olharam para o raptado, ali mo meio deles, imóvel e mudíssimo.
Pedro ajoelhou-se e encostou o ouvido:
- Gente, eu acho que nós despachamos ele!
- E agora? – perguntou Celso, assustado. – Ele está…
- Acho que ele está acabdo – respondeu Pedro, baixinho.
O silêncio ficou mais fundo, quando os meninos mediram as consequências da travessura. Tinha sido um acidente, eles não tinham a intenção… era só por uns tempos, eles não pretendiam maltratar o Berrão.
[…]
- O que a gente faz quando dá cabo de lguém? – Tilico perguntou.
- A gente enterra, ora.
celso saiu correndo, na direção do quintal da casa. Voltou com um caixote de madeira, martelo e pregos e entregou pros irm~çaos.
Pedro abriu a tampa do caixote e falou:
- Bota ele aqui dentro, Tilico.
Sentado no cobertor aberto, ainda examinando a vítima, Tilico respondeu:
- Não cabe, Pedro. Esse caixote é muito pequeno! Como é que a gente faz? Olha, só a cabeça dele tem um palmo. Fora os pés que são compridos e não entram, olha aí!
Pedro olhos pras perninhas finas e abertas do Berrão e falou:
- Vamos dividir ele em pedaços qie cabe.
Os meninos não tiveram tempo pra pensar. Na falta de um serrote, o canivete suíço mesmo serviu, mas demorou um tempão, claro. A lâmina era pequena demais.
Celso recolheu os restos do ex-Berrão e acomodou no caixote.
Tilico desceu a tampa depressa, evitando olhar os pedaçõs empilhados.
- Agora enfia os pregos, enquanto Celso bate com o martelo – Pedro ia instruindo. – Isso! Agora, o buraco.
Cada um cavou um pouco, com uma tampa de lixo que alguém tinha abandonado por ali.
- Já está bom – falou Tilico, esbaforido.
Celso, vermelho e suado, perguntou:
- Nós demos cabo dele mesmo?
- Você ainda tem dúvida? – estranhou Pedro.
- Se não estava antes, agora cada pedacinho esquartejado está mortinho da silva – atestou Tilico.
Desceram o caixote e tamparam o buraco, jogando toda a terra por cima dele de novo.
[…]
Na volta pra casa, eram apenas três sombras acompanhando os meninos pelo muro, e não mais quatro.
A manhã chegou friinha, e os três enrolados na quentura boa da cama, sem ningué pra atrapalhar.
O pai acabou de ler o jornal inteiro, e nada dos meninos descerem.
- O que está acontecendo hoje por aqui? – o pai perguntou pra mãe. – Está com jeito de feriado…
[…]
O pai dobrou o jornal com um risinho disfarçado na cara e avisou:
- Acho que os meninols perderam a hora hoje.
- Não é possível, não acredito! – reclamou a mãe afobada, subindo a escada e entrando no quarto ainda escuro.
Andou de cama em cama, sacudindo as cobertas, e chamando:
- Pedro, Celso, Tilico! Isso são horas? Vocês perderam a aula hoje!
Pedro boceja, Celso senta na cama piscando forte, Tilico cobre a cabeça e finge que está roncando.
A mãe abre a janela e encara os três malandros:
- Como foi que vocês perderam a hora, meninos? Por que não levantaram quando ele…
Silêncio.
A mãe olha em volta do quarto, por cima dos móveis. Fica confusa, não entende. Torna a olhar para os meninos.
[…]
Diante das três estátuas mudas, ali sentadas, a última pergunta já sai num berro:
- ONDE ESTÁ O DESPERTADOR?
Stella Carr. Fragmentos do livro Uma aventura dentro da noite, re-editado pela autora, sob autorização da Editora Abril Jovem, São Paulo, 1995.

Com que letra começa?

A princesa e a ervilha


princesa deitada em vinte colchõesERA UMA VEZ um príncipe que viajou pelo mundo inteiro à procura da princesa ideal para se casar. Tinha de ser linda e de sangue azul, uma verdadeira princesa!

Mas depois de muitos meses a viajar de país em país, o príncipe voltou para o seu reino, muito triste e abatido pois não tinha conseguido encontrar a princesa que se tornaria sua mulher.

Numa noite fria e escura de inverno, quando o príncipe já pensava ser impossível casar com uma princesa, houve uma terrível tempestade. No meio da tempestade, alguém bateu à porta do castelo. O velho rei intrigado foi abrir a porta. Qual não foi a sua surpresa ao ver uma bela menina completamente molhada da cabeça aos pés.

A menina disse: “poderei passar a noite aqui no seu castelo, senhor? Fui surpreendida pela tempestade enquanto viaja já de volta para o meu reino. Estou com fome e frio e não tenho onde ficar…”.

O rei desconfiado perguntou: Sois uma princesa? A princesa respondeu timidamente: “Sim, senhor”.

“Então entrai, pois seria imperdoável da minha parte deixar-vos lá fora numa noite como esta!” Respondeu o rei, não muito convencido de se tratar mesmo de uma princesa.

Enquanto a princesa se secava e mudava de roupa, o rei informou a rainha daquela visita inesperada. A rainha pôs-se a pensar e, com um sorriso matreiro, disse “vamos já descobrir se se trata de uma verdadeira princesa ou não…”.

A rainha subiu ao quarto de hóspedes onde ia ficar a princesa e, sem ninguém ver, tirou a roupa de cama e colocou por baixo do colchão uma ervilha. De seguida colocou por cima da cama mais vinte colchões e edredões e, finalmente, a roupa de cama.

Então, desceu a escadaria e dirigiu-se à princesa, apresentando-se, e dizendo amavelmente: Já pode subir e descansar. Amanhã falaremos com mais calma sobre a menina e o seu reino…

A princesa subiu e deitou-se naquela cama estranha que mais parecia uma montanha!

Na manhã seguinte, a princesa desceu para tomar o pequeno almoço. O rei e a rainha já estavam sentados à mesa. A princesa saudou os reis e sentou-se. Então a rainha perguntou: Como passou a noite, princesa?

A princesa respondeu: “Oh, a verdade é que não consegui dormir nada naquela cama tão incómoda… senti qualquer coisa no colchão que me incomodou toda a noite e deixou o meu corpo todo dorido!

O rei levantou-se e, muito ofendido, exclamou: “Impossível! Nunca nenhum convidado se queixou dos nossos excelentes colchões de penas!

Mas a rainha interrompe-o e disse com um sorriso: “Pode sim!” E explicou ao rei o que tinha feito para ver se realmente se tratava de uma princesa ou alguém a querer enganá-los.

A rainha levantou-se e disse a todos:” Só uma verdadeira princesa com uma pele tão sensível e delicada é capaz de sentir o incômodo de uma ervilha através de vinte colchões e edredões!”.

princesa e príncipeO rei e a rainha apresentaram a princesa ao seu filho o príncipe e ele, mal a viu, ficou logo perdido de amores.


Ao fim de alguns dias, o príncipe casou com a princesa, com a certeza de ter encontrado finalmente uma princesa verdadeira que há tanto tempo procurava.

A partir daquele dia, a ervilha passou a fazer parte das joias da coroa, para que todos se lembrassem da história da princesa ervilha.

Hans Christian Andersen

Uiiiiii, que mãos tão sujas!



Criado por tdomf_86bf3

 lave_as_maos
 

Eu conheço duas mãos, a Manela e a Marta; elas são duas irmãs que andam sempre juntinhas e que se ajudam muito uma à outra! Não passam uma sem a outra! Quando é preciso martelar um prego, a Manela segura no martelo e a Marta, no prego; quando é preciso lavar a cabeça, as duas esfregam muito bem o cabelo para este ficar cheiroso; quando é preciso passar manteiga no pão, a Manela segura no pão e a Marta passa a manteiga… São realmente as melhores amigas!!!
Mas estas irmãs não gostam de estar paradas e estão sempre a inventar coisas para fazer.
Certo dia fui apanhá-las a mexer num pedaço de barro e a criar uma peça fantástica. É claro que estavam todas sujas…
_Ah, brincar com o barro é tão bom….segura neste bocado, Marta, para eu fazer esta asa da chávena. – dizia a Manela.
_ Já estou a segurar, Manela! Tens muito jeito para as artes, sabias?
_ Oh, então e tu? Não estás a fazer a chávena de barro também? Tens tanto jeito como eu, ora! – exclamou a Manela.
Estavam as duas muito divertidas porque adoravam sujar-se e sentir a argila.
Quando o dia terminou estavam as duas tão cansadas que nem se lavaram, debaixo da torneira, como costumavam fazer. Foram para a cama sem se lavarem.
Pois é, quando as mãos não são lavadas aparecem sempre o Tico e a Teca, que são dois germes muito mauzinhos, porque só gostam de fazer malandrices!
Nessa noite, o Tico e a Teca foram morar nas nossas duas irmãs Manela e Marta. E claro, fizeram das suas! Das mãos foram para a boca e da boca, foram para o estômago. Coitado do estômago sentiu-se tão mal que começou a doer muito.
_ Ai, ai que dor – queixava-se o estômago – esta dor é muito forte!
_ Então? – perguntaram as mãos – O que te aconteceu?
_ Não sei bem, mas hoje comecei a sentir-me mal e doente… doí-me tudo!
_ Deves ter comido alguma coisa estragada. Já falaste com a boca para saber o que é que ela comeu? – perguntaram Manela e Marta, preocupadas.
_ Já, mas ela não comeu nada estragado!
A boca que estava a ouvir, respondeu – O que comi estava tudo bom, o melhor é perguntar aos olhos se eles viram alguma coisa...
_ Nós, os olhos, vimos que as mãos estavam um pouco sujas… - disseram os olhos.
E a língua exclamou – Pois, eu também senti um sabor diferente quando as mãos vieram à boca!
_ Bem, então está tudo dito – disse o estômago – as mãos não se lavaram e eu tenho dentro de mim o Tico e a Teca, aqueles marotos dos germes que só sabem fazer estragos!
O que vale é que a mão Manela foi buscar um remédio, para dar à boca, para a boca dar ao estômago. E tudo ficou bem.

Em conclusão vos digo meninas e meninos, lavem sempre bem as mãos com água e sabão!
Fonte: http://www.historias-infantis.com/

A história do Eu, do Tu e do Ele


palavras sobre afetosEra uma vez o Eu, o Tu e o Ele que moravam na mesma rua, numa pequena cidade.
Cada um deles vivia numa linda casinha, muito confortável, com vista para o mar. Os três tinham uma boa vida pois nada lhes faltava: tinham boa comida, muitos brinquedos e uma caminha muito fofinha onde todas as noites se aconchegavam e sonhavam lindos sonhos.
Mesmo não tendo nada de mau nas suas vidas, o Eu, o Tu e o Ele sentiam que algo lhes faltava, mas não conseguiam descobrir o quê.
Numa linda manhã de sol, cada um deles saiu da sua casinha para dar um passeio, e coincidiu de se encontrarem, os três, à beira mar. Por um instante, ficaram a olhar uns para os outros espantados, pois nunca se tinham visto antes.
 Então os três, curiosos em saber quem era cada um deles, começaram a falar todos ao mesmo tempo, perguntando uns aos outros, quem eram, onde viviam e quais eram as suas brincadeiras favoritas.
Depois de muita conversa, gargalhadas e brincadeiras, o Eu, o Tu e o Ele descobriram finalmente aquilo que lhes faltava… Eles precisavam de amigos! Precisavam de outros com quem pudessem partilhar os seus afetos, as suas conversas e brincadeiras.
A partir daí, o Eu, o Tu e o Ele, passaram a ser Nós, um grupo de amigos muito unidos e feliz!
(Autoria: T. Santos)