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sábado, 28 de fevereiro de 2015
JOÃO E O PÉ DE FEIJÃO
Histórias
da Carochinha - Fonte: Ed. Ática
Há muitos e muitos
anos existiu uma viúva que tinha um filho chamado João.
João e a mãe eram
muito pobres e, para se manterem, contavam apenas com uma vaca, cujo leite
vendiam na cidade.
Um dia, porém, a vaca
parou subitamente de dar leite, e a pobre mulher, tendo perdido assim a fonte
de seu sustento, ficou preocupada e sem saber o que fazer.
João, de sua parte, começou a procurar um emprego,
com o qual pudesse ajudar a mãe. Mas os dias foram passando sem que ele
arranjasse coisa alguma para fazer. Assim, a única solução que encontraram
foi vender a vaca, pois o dinheiro daria pelo menos para viverem por
algum tempo.
João logo se ofereceu
para ir vender o animal na cidade, mas a mãe, achando que ele não saberia
negociar, a princípio não consentiu. Entretanto, porque ela própria poderia
sair de casa naquele dia, não teve outro remédio senão concordar com a idéia.
Amarrou então uma corda no pescoço da vaca, para que João não a perdesse e,
depois de dar muitos conselhos ao filho, deixou-o partir.
E lá se foi João, com destino à cidade.
Quando estava no meio do caminho, encontrou um
vendedor ambulante que o cumprimentou muito simpático e perguntou-lhe aonde
estava indo com a vaca.
Assim que João contou que estava indo vendê-la na
cidade, o homem tirou do bolso um punhado de feijões, muito bonitos e de cores
e formatos variados, e mostrou-os ao menino, dizendo que eles eram encantados.
João ficou deslumbrado com a beleza dos
grãos e, ao ouvir as palavras do vendedor, seus olhos
brilharam de alegria. Morrendo de vontade de possuir os feijões encantados,
perguntou ao homem se ele não gostaria de trocá-los pela vaca.
O vendedor concordou prontamente com a troca. E,
horas depois, João chegava em casa muito satisfeito, achando que havia feito um
excelente negócio.
A mãe o recebeu muito contente, mas, quando o
menino lhe mostrou o que havia conseguido em troca do animal, ficou furiosa e
disse:
— Como, meu filho?! Você teve coragem
de trocar a única coisa que possuíamos por
uma porcaria duns grãos de feijão?
de trocar a única coisa que possuíamos por
uma porcaria duns grãos de feijão?
E, quanto mais pensava na situação difícil em que
ela e o filho estavam agora, mais nervosa ficava. Até que, num acesso de raiva,
jogou os feijões pela janela, gritando:
— Veja, seu tolo! Veja para o que ser
vem seus grãos encantados: para jogar fora!
vem seus grãos encantados: para jogar fora!
O pobre menino, desconsolado, ficou olhando para a
mãe sem nada conseguir dizer. E, como castigo, naquela noite foi mandado
para a cama sem jantar.
Na manhã seguinte, ao acordar, João ainda estava
muito triste e não conseguia esquecer o acontecimento do dia anterior. Estava
deitado, tentando encontrar um jeito de remediar o que havia feito, quando
notou que havia alguma coisa impedindo o sol de entrar pela janela. Levantou-se
para espiar o que era e, espantado, descobriu que os grãos de feijão não só haviam
brotado durante a noite, como também haviam crescido assustadoramente,
transformando-se numa planta enorme, que subia até o céu.
Admirado e feliz, o menino correu até o quintal e,
sem pensar duas vezes, começou a subir pelo pé de feijão. Subiu, subiu e subiu;
atravessou muitas camadas de nuvens macias como flocos de algodão e, por fim,
descobriu que a planta terminava num estranho país, onde tudo parecia deserto.
Como queria saber onde estava, João resolveu andar
para ver se encontrava alguém por ali. Mas o lugar parecia completamente
desabitado, pois, mesmo andando horas em seguida, não viu ninguém pelo caminho.
Porém, quando já estava escurecendo e o seu estômago até doía de fome, João
avistou um enorme castelo para onde se dirigiu. Encontrou na porta uma mulher
que pareceu muito assustada em vê-lo ali.
— O que você está fazendo
aqui, menino? — disse ela. — Não sabe que esse castelo pertence ao meu marido,
um gigante muito mau, devorador de carne humana?
Ao ouvir isso, João sentiu as pernas
bambearem de medo. Mas, como a mulher lhe dissesse que o gigante estava fora,
caçando, e também como a fome e o cansaço não o deixassem andar mais, pediu a
ela que o abrigasse e escondesse até o dia seguinte.
Embora fosse casada com um homem tão mau, a esposa
do gigante era uma pessoa muito bondosa. Assim, ficou com muita pena do menino
e levou-o para dentro do castelo, onde serviu-lhe uma mesa coberta de
coisas deliciosas. João, que estava morto de fome, comeu tudo com tanto apetite e gosto que logo se
esqueceu do perigo que estava correndo. De repente, porém, ouviu-se um grande
barulho na porta, seguido de passos tão pesados que o castelo inteiro
estremeceu.
— Oh, meu Deus! — disse a mulher, tremendo como vara
verde. — É o gigante, menino ! Ele não pode encontrar você aqui senão vai
devorar você e a mim também!
Ao vê-la tão
assustada, João ficou paralisado de medo. Mas a mulher o puxou rapidamente pela mão, e mal teve tempo de escondê-lo
dentro do forno, antes que o gigante entrasse na cozinha, gritando com sua voz de
trovão:
— Mulher! Mulher, estou sentindo cheiro de carne
humana!
Um, dois e três,
diga-me de uma vez:
onde está esse abelhudo?
Vou comê-lo com ossos e tudo!
Mais que depressa, a mulher explicou que o cheiro
de carne era dos franguinhos que ela havia matado para o jantar.
João, que estava espiando por uma frestinha do
forno, ficou apavorado só de pensar no que aconteceria se o gigante o
encontrasse. Mas a bondosa mulher, que sabia que o marido era muito comilão,
apressou-se em servir a comida, antes que ele começasse a procurar por todos
os cantos da casa até encontrar o pobre menino.
O gigante sentou-se
então à mesa e, para começar a refeição, engoliu uma dúzia de frangos assados,
com ossos e tudo. Com os olhos arregalados, João assistiu à mulher trazendo
para a mesa pratos e mais pratos, que o gigante engolia rapidamente, sem nunca
ficar satisfeito.
Quando acabou finalmente sua refeição, o comilão
gritou para a mulher:
— Traga-me o dinheiro!
— Está bem! — respondeu ela, saindo da
cozinha.
E, logo em seguida, voltava com dois sacos cheios
de moedas de ouro. Depois de ordenar que a mulher fosse dormir, o gigante
colocou os sacos de moedas sobre a mesa e começou a contá-las, enquanto
esperava o sono chegar.
Quando se cansou desse divertimento, guardou as
moedas de novo nos sacos e depois colocou-os no chão, perto de si.
Só que, por precaução, amarrou ao pé da mesa um cão de guarda, e depois
recostou-se na cadeira e pôs-se a dormir.
João, que a tudo assistia de seu esconderijo,
esperou que o gigante estivesse dormindo profundamente e, quando viu que ele
estava roncando como um trovão, saiu de mansinho do forno para roubar o
dinheiro. Entretanto, assim que pôs as mãos sobre os sacos de moedas, o cão de
guarda começou a latir feito louco e o pobre menino, apavorado, julgou-se
completamente perdido.
Acontece que o gigante tinha um sono pesado demais
e os latidos fizeram apenas com que ele se mexesse na cadeira, sem conseguir
acordá-lo.
Mais sossegado, o menino subiu na mesa da cozinha
e, depois de pegar um pedação de carne, jogou-o
ao cão, que abanou o rabo e ficou
em silêncio, deliciando-se com o petisco.
João pôde assim pegar o dinheiro e fugir dali.
Correu sem parar até alcançar o pé de feijão, descendo habilmente até chegar ao
quintal de casa.
Em seguida, chamou pela mãe e, depois de contar-lhe
toda a aventura, entregou-lhe os dois sacos de moedas.
Corri o dinheiro roubado do gigante, João e a mãe
passaram a levar uma vida de rei. Nada mais faltava na casa e eles não precisavam
mais temer a fome e a necessidade.
Mas o tempo foi passando e os sacos de moedas
começaram a ficar vazios. E João pensou, então, em voltar ao castelo do gigante,
para se apoderar de mais riquezas.
Contou sua vontade à mãe e ela, com medo de que
alguma coisa pudesse acontecer-lhe, proibiu-o de ir.
— Já pensou se o gigante agarrar você? — disse ela.
— E a mulher dele? Ela certamente o reconhecerá e poderá entregá-lo
ao marido!
Percebendo que a mãe não ia mesmo permitir, João
fingiu aceitar o que ela dizia. Mas, na primeira chance que teve, saiu escondido
e subiu novamente pelo pé de feijão, desta vez muito bem disfarçado para que a
mulher do gigante não o reconhecesse.
Chegou assim mais uma vez ao estranho país e,
depois de caminhar até o anoitecer, avistou o castelo do gigante, na porta do
qual encontrou novamente a boa mulher.
— Menino! — disse ela, sem reconhecer João. — O que
você faz aqui? Não sabe que esse castelo é do meu marido, um gigante muito mau,
devorador de carne humana?
João fingiu-se muito assustado, e pediu à mulher
que o escondesse até o dia seguinte, dizendo que não conseguiria encontrar o caminho
de casa no escuro.
— Ah, não! — respondeu ela. — De jeito nenhum! Da
última vez que fiz isso me arrependi amargamente! Já dei abrigo a
um menino como você e o mal-agradecido fugiu, levando dois sacos de moedas de
ouro do meu marido. Por causa disso, quase fui devorada no lugar do
malandrinho! E o gigante, desde então, tem estado com um humor terrível, que eu
sou obrigada a suportar!
Mas João sabia ser convincente e pediu tantas vezes
que a boa mulher acabou concordando em escondê-lo. Assim, levou-o para dentro
do castelo e deu-lhe de comer e de beber. E, novamente, mal teve tempo de esconder
João, desta vez dentro de um quartinho de despejo, e o gigante já chegava, com
seu andar tão pesado que fazia o castelo estremecer. Dali a pouco, ele já
estava na cozinha, gritando com voz de trovão:
— Um, dois e três.
Cheiro de gente outra vez! Onde está
esse abelhudo? Vou comê-lo com ossos e tudo!
Enquanto dizia isso, o gigante procurava por todos
os cantos da casa.
João, que a tudo assistia pela fechadura da porta,
ficou morrendo de medo de ser encontrado. Mas a bondosa mulher mais uma vez
convenceu o marido de que não havia ninguém na casa e, enchendo a mesa de comida,
conseguiu distraí-lo.
Novamente o gigante comeu até se fartar e depois
disse à mulher:
— Mulher, traga-me a galinha!
Ela, como da outra vez, obedeceu às ordens e saiu
da cozinha, para voltar logo depois, trazendo uma galinha viva. O gigante
colocou a galinha sobre a mesa e, assim que a mulher se retirou, ordenou:
— Bote!
E João viu, espantado, a galinha botar um ovo que
não era nem branco e nem igual aos das galinhas comuns, e sim de ouro, ouro
puro e maciço!
— Bote outro! — ordenou o gigante.
E a galinha obedeceu. Assim aconteceu
sucessivamente, até que a mesa da cozinha ficou repleta de ovos de ouro,
bonitos e reluzentes.
De repente, o gigante se cansou de mandar a
galinha botar os ovos e, debruçando-se sobre a mesa, caiu, logo em seguida, num
sono profundo.
Quando ouviu o gigante roncando outra
vez como um trovão, João saiu em silêncio de seu esconderijo. E, como desta vez
não havia nem o cão de guarda para atrapalhar, foi muito fácil agarrar a
galinha e fugir correndo do castelo, até chegar ao pé de feijão.
Logo que entrou em casa, João chamou a mãe e,
depois de lhe contar a sua aventura, entregou-lhe a galinha dos ovos de ouro.
Daquele dia em diante, nada mais lhes faltou, pois,
sempre que precisavam de alguma coisa, bastava ordenar à galinha que botasse
um ovo, e ela obedecia prontamente.
Mesmo sendo agora rico e feliz, João voltou a ter
vontade de subir outra vez ao castelo do gigante. Mas, sempre que falava nisso,
a mãe o repreendia tão severamente, que o menino acabava adiando a viagem, sem
entretanto desistir da ideia.
Passaram-se assim três anos, no final dos quais
João tomou uma decisão: ia subir de novo, custasse o que custasse, e não contaria
nada à mãe.
Assim, esperou
pacientemente que chegasse o verão, quando os dias são mais longos e,
depois de se disfarçar muito bem, subiu pelo pé de feijão antes que o sol
nascesse, para que a mãe não o visse.
Novamente chegou ao
castelo numa hora em que o gigante não estava, e mais uma vez não foi
reconhecido pela mulher, que voltou a falar-lhe dos perigos que corria estando
ali. Só que, desta vez, foi muito mais difícil convencê-la a recolher um
estranho em seu castelo, pois o gigante, depois do último roubo, estava com um
humor insuportável e cada dia se tornava mais malvado.
João, porém, sabia que a mulher era
muito bondosa e continuou insistindo até que conseguiu convencê-la. Foi então
acolhido, e de novo lhe foi servida uma refeição deliciosa.
Mas nesse dia o gigante chegou tão repentinamente
que a mulher só teve tempo de colocar João dentro de um caldeirão, antes que o
marido entrasse na cozinha gritando:
— Mulher! Sinto cheiro de carne humana!
Um, dois e três,
diga-me de uma vez:
onde está o abelhudo?
Vou comê-lo com ossos e tudo!
E estava tão furioso e desconfiado, que começou a
procurar por todos os cantos, sem nem ouvir a esposa chamando-o para o jantar.
Procurou, procurou e procurou até que, finalmente,
chegou bem perto do caldeirão onde João estava escondido. Ao ouvir aqueles passos
que faziam o chão tremer e aquela voz de trovão gritando furiosamente, o pobre
menino achou que estava mesmo perdido. Por sorte, entretanto, o gigante sentiu
uma fome repentina e ficou com preguiça de levantar a tampa do caldeirão. Por
isso, desistiu de procurar e gritou:
— Mulher! Quero jantar!
Dentro de seu esconderijo, João suspirou aliviado.
E ali ficou bem quietinho, esperando que o comilão fizesse sua interminável
refeição.
Quando, afinal, estava satisfeito, o gigante
gritou para a mulher:
— Traga-me a harpa de ouro!
E ela, como sempre fazia, obedeceu-lhe prontamente.
O gigante esperou que ela se retirasse para dormir, depois colocou o instrumento
sobre a mesa e ordenou:
— Toque!
No mesmo instante, a harpa de ouro começou a tocar
sozinha uma melodia doce e suave, que deixou João maravilhado e que embalou os
sonhos do malvado gigante. Assim, o menino esperou até que ele estivesse
roncando bem alto, saiu em silêncio do caldeirão e correu na direção do
valioso instrumento.
Acontece que a harpa era encantada e, ao sentir que
mãos estranhas a tocavam, começou a gritar com uma voz fininha:
—
Socorro! Socooorro!
E o gigante, ou porque não estivesse dormindo
ainda, ou porque gostasse muito da harpa, acabou acordando. Ao ver que estava
sendo roubado, levantou-se da cadeira, gritando, furioso:
— Ah, seu maldito! Desta vez você me
paga! Quando eu o pegar, vou engoli-lo vivo, com ossos e tudo!
Disse isso e veio direto em cima do pobre João,
que, muito assustado, começou a correr até não poder mais. A harpa de ouro, por
sua vez, continuava gritando, com sua vozinha fina:
— Socorro, meu senhor! Estão me roubando
!
E João, ao ouvi-la falar, corria mais ainda,
achando que o gigante o estava alcançando.
De repente, no entanto, João percebeu que havia já
alguns minutos não ouvia mais os urros e o barulho dos passos de seu perseguidor.
Intrigado, virou-se para trás e descobriu uma coisa que o deixou muito feliz:
o gigante, embora fosse grande e forte, já estava velho e não conseguia
correr muito.
Mesmo assim, ainda havia um
longo caminho para chegar ao pé de feijão, e por isso o menino agarrou de novo a
harpa, que não parava de gritar por socorro, e continuou a correr.
Horas depois, alcançou de novo seu pé de feijão e
começou a descer. Quando estava já no meio da haste da imensa planta, porém,
João olhou para cima e viu que o gigante, por ser muito pesado, descia numa
rapidez incrível. Assim, logo que avistou o quintal de casa, o menino começou a
gritar pela mãe:
— Mamãe, mamãe! Traga-me um machado, depressa!
Quando João pôs os pés no chão, a mãe já se
preparava para dar os primeiros golpes na planta. Mas a viúva, ao olhar para
cima e ver o tamanho do gigante, ficou paralisada de medo.
João estava muito
cansado, mas conseguiu reunir todas as suas forças e, apossando-se do machado,
golpeou várias vezes o pé de feijão. Tendo sido cortada a planta, o gigante
despencou lá do alto, caindo ao chão com um grande estrondo. Era tão pesado que
| seu corpo, ao cair, fez uma cratera enorme, que demorou muitos
anos para fechar.
Livre do perigo que o ameaçava, João abraçou a mãe
alegremente. E, desde aquele dia, os dois passaram a viver tranquilos.
Tempos depois, quando se tornou um homem
forte e bonito, João se casou com uma princesa, com quem viveu feliz por muitos
e muitos anos.
Quanto ao pé de feijão, depois de cortado, secou
completamente e, como não havia mais sementes, nunca mais nasceu outro igual.
Joseph Jacobs
O girassol solitário
Um novo dia nasceu.O sol começou a brilhar, cheio de alegria, dando luz e calor para todo o mundo...
De repente, num cantinho do jardim, o sol descobriu uma nova florzinha, que tinha nascido de madrugada.
A florzinha girava, girava, girava...
Acompanhava todos os movimentos do sol.
Por isso, ele logo descobriu que era um girassol.
- Bom dia sol! - disse a flor, sorrindo. Desde que eu era uma semente, lá no fundo da terra, estava morrendo de vontade de te encontrar! Sou Giraflor, um girassol que acaba de nascer!
- Bom dia, flor! Você é muito bonita! Está gostando daqui?
- Estou, sim! É tudo muito bonito! Mas... Eu estou me sentindo um pouco sozinha... Será que você me faz um favor?
E o sol, prontamente, respondeu:
- Pois não, se eu puder... O que você deseja?
- Bem, como eu estou muito sozinha... Ainda não conheço ninguém... Será que você não podia arranjar uns amigos para mim?
- Ah, flor, isso eu não posso fazer por você, ninguém pode.
- Por que, sol?
- Amigos ninguém arruma para ninguém. Amigos a gente conquista.
- Como assim, sol?- Um amigo, flor, é o maior tesouro que se pode ter. Se a pessoa for a mais rica do mundo e não tiver amigos, será uma podre mendiga...
Mas... amigos a gente tem que merecer... E conquistar!
A florzinha era toda interrogação:
- E que eu posso fazer para conquistar amigos?
- Também não existe uma regra certa. Com o tempo você vai descobrir. Disse o sol.
Bem agora vou indo...
- Ah, sol, não me deixe sozinha aqui!
- Que é isso, flor? Eu não posso ficar aqui só com você. Não queira prender seus amigos, porque é o primeiro passo para perder os que amamos... Eu vou, mas volto e, enquanto você me espera, vai conhecer novos amigos. Tchau!
Meio desapontada, a florzinha respondeu:
- Está bem... Eu estou confusa, mas... Tchau!
Algum tempo depois, chegou, Vagarosa, a lagartinha, e as duas começaram logo a conversar:
- Bom dia, quem é você?- Sou Vagarosa, uma lagarta muito charmosa. E você?
- Sou Giraflor, um girassol. Você quer ser minha amiga? Estou tão sozinha!...
- É claro que sim! Sou amiga de todas as plantas!
Vagarosa era um pouco gulosa e, assim, foi logo perguntando:
- E já que somos amigas, será que eu podia pegar um pedacinho da sua folhinha? Eu estou com uma fome! E elas parecem ser uma delícia!
Giraflor ficou uma fers:
- O quê!!! Comer a minha folha?!!! Sua gulosa!! É assim que você quer ser minha amida? Para tirar um pedaço de mim? Vá-se embora daqui, sua feiosa! Não deixo e não deixo!
Coitada da Vagarosa! Que susto!
Vagarosa foi saindo devagar, toda desapontada, e disse:
- Puxa, Giraflor! Eu não ia comer tudo, só um pedacinho! Eu estou com muita fome... Você tem tantas folhas, não ia nem fazer falta... E como você quer ter amigos se não quer dar nem um pouquinho de você para seus amigos? Tchau!
Giraflor nem ligou, estava muito brava.
Daí a pouco, chegou Abelim, a abelhinha, e Giraflor esqueceu a raiva.- Sou Abelim e sei que você é um girassol, conheço todas as flores! Quer ser minha amiga?
- Claro que eu quero, estou muito sozinha aqui... Sou Giraflor.
- Ótimo! E... Já que somos amigas, que tal, que tal deixar eu pegar um pouquinho de seu néctar para fazer mel? Todas as flores me dão o néctar e eu as ajudo, espalhando o pólen pelos campos e enchendo a vida de flores...
Já sabem a resposta de Giraflor, né? Ficou de novo aquela onça:
- Você também? Mas o que é isto? Você também quer me roubar? Vagarosa queria minhas folhas, você quer o meu néctar! Assim, como é que eu fico?
Abelim era mais brava que Vagarosa e respondeu:
- Olha aqui, sua florzinha metida a besta! Eu só ia tirar um pouquinho do seu néctar e, depois, você ia fabricar mais. Além disso, eu também ia ajudar você, levando o pólen até outro jardim para que outros girassóis nascessem. Mas pode deixar. Existem muitas flores que ficam felizes em ajudar. Pode ficar com tudo... Sozinha! Tchau!
Foi a vez da Giraflor ficar desapontada e triste.
E foi nessa tristeza que o sol a encontrou quando voltou:
- Mas o que é isto, minha amiga? O que foi que aconteceu?
- Ah, sol! Esses amigos! Cada um quer um pouco de mim! E eu? Como vou ficar? Sem Nada! Eles não são amigos, são um bando de fominhas!
O sol sorriu e respondeu:- Ah! Quer dizer que a minha florzinha já está aprendendo a sua parte na vida?
- Eu não, estou é muito triste com esses falsos amigos...
- Sabe, flor, ser amigo é assim: é dar da gente mesmo para todos... Mas não se preocupe! O que a gente dá é o que a gente tem... Tudo o que a gente dá volta para gente em alegria e carinho. E, também, ninguém quer tudo de você... Apenas uma parte...
- Mas ser amigo é muito difícil!
- Mais difícil que viver sem amigos, flor?
- Bem... Não... Sim... Não sei... Ficar sozinha também é muito ruim...
O sol aproveitou a sua dúvida e continuou:
- Um sorriso de um amigo aquece o nosso coração, como o sol da manhã... As flores que damos a um amigo perfumam primeiro o nosso coração... O amor que damos a um amigo é música primeiro em nossa alma... A pessoa que não quer dar nada de si pode ter muitas coisas, mas é sozinha e vive num deserto chamado solidão. Esta é a pior pobreza que existe...
É, então, flor, que descobrimos que um amigo é o melhor presente que podemos ter!
Giraflor pensou bastante em tudo que o sol tinha dito e resolveu chamar os amigos de volta, gritou o mais alto que pode:
- Amigos, voltem!
Os amigos resolveram dar uma nova chance à florzinha.
Depois disso, tiveram outras brigas, por outros motivos...
Mas... um amigo é o maior presente que se pode ter!
Sandra Diniz Costa
domingo, 8 de fevereiro de 2015
Projeto Carnaval
Justificativa:
Por sua natureza curiosa, a
criança aprende muito sobre o mundo, fazendo questionamentos, ouvindo fatos e
histórias relatados por seus familiares e também assistindo televisão, vídeos
folheando revistas, e jornais. Através dessa interação vai formando suas ideias
e conceitos sobre o mundo que a cerca.
Portanto, o tema Carnaval
será trabalhado na interdisciplinaridade
visando ampliar o conhecimento da criança, porém respeitando a individualidade e religiosidade de cada uma.
Objetivo geral:
Através deste projeto, levar a
criança a:
* Interessar-se e demonstrar
curiosidade pelo mundo social, buscando informações e confrontando ideias.
Objetivos Específicos:
* Reconhecer o carnaval brasileiro como a maior festa do
mundo;
* Conscientizar as crianças no sentido de que é preciso não
confundir diversão com confusão;
* Desenvolver o gosto pela leitura;
* Trabalhar o raciocínio e a memória;
* Desenvolver a linguagem oral e a escrita;
* Desenvolver o gosto por poemas e músicas;
* Desenvolver a percepção e a coordenação motora;
* Estimular o ritmo;
* Despertar e educar a atenção e a observação;
* Estabelecer relações de quantidade/cor, quantidade total e
formas;
* Trabalhar com sequência de numeração;
* Desenvolver a percepção usual do número;
* Trabalhar com psicomotricidade;
Conteúdos:
* texto sobre o Carnaval;
* Linguagem oral e escrita;
* O fazer artístico;
* Apreciação musical
* Número e sistema de numeração
Estratégias:
*Música
* Poemas;
* Parlendas;
* Pesquisa;
* Dança,
* Desenho;
* Pintura;
* Festa de carnaval;
* Jogos diversos;
* Máscaras;
* Murais informativos;
* Atividades explorando a escrita de letras e números.
Avaliação:
A avaliação será realizada
permanentemente comprometida com o desenvolvimento das crianças. Será observado
o que as crianças sabem fazer, o que pensam a respeito do carnaval e do que é
difícil entender, assim como conhecer mais sobre os interesses que possuem.
Duração: 1 semana.
Público alvo: alunos do 1º
ano
Desenvolvimento
das atividades:
O projeto O carnaval do
Brasil, pode ser desenvolvido através da sua história, com atividades
específicas como: rodinhas informativas; hora de novidades e surpresas;
pesquisas; comentários de gravuras e observações dirigidas; também poderão ser
realizadas, com as crianças, atividades relacionadas que auxiliem no
esclarecimento e fixação do assunto estudado, explorando a comunicação e
expressão através de pantomimas, coro falado, poesias, jogos e recreação.
Explorar, também, a
matemática com objetivo de desenvolver conceitos matemáticos. E cantar músicas
de carnaval, pois é possível constatar que a maioria das crianças não conhece
as músicas apresentadas, mas todas aprendem com facilidade.
É preciso, portanto,
realizar momentos divertidos com muita música e dança.
Texto: O que é o carnaval
O carnaval é considerado uma das festas populares mais animadas e representativas do mundo. Tem sua origem no entrudo português, onde, no passado, as pessoas jogavam uma nas outras, água, ovos e farinha. O entrudo acontecia num período anterior a quaresma e, portanto, tinha um significado ligado à liberdade. Este sentido permanece até os dias de hoje no Carnaval.
MÚSICAS:
Tanto riso! Oh!
Quanta alegria!
Mais de mil palhaços no salão.
Arlequim está chorando
Pelo amor da Colombina
No meio da multidão!
Mamãe eu quero.
Mamãe eu quero.
Mamãe eu quero mamar.
Dá a chupeta,
Dá a chupeta,
Dá a chupeta,
Pro bebê não
chorar.
JOGOS:
Bingo:
Com cartelas individuais explorando palavras cada criança
tem a oportunidade de jogar bingo.
Exemplo de palavras que podem ser exploradas:
·
Palhaço;
·
Alegria;
·
Salão;
·
Serpentina;
·
Colombina;
·
Fantasias;
·
Samba;
·
Máscara;
·
Desfile;
·
Mestre-sala;
·
Porta-bandeira;
·
Passista;
·
Bateria
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MÁSCARA
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PASSISTA
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MESTRE-SALA
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MESTRE-SALA
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FANTASIA
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SALÃO
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ALEGRIA
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MESTRE-SALA
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FANTASIA
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MÁSCARA
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MÁSCARA
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BATERIA
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MESTRE-SALA
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ALEGRIA
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PASSISTA
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SAMBA
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