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quinta-feira, 28 de maio de 2015

O menino e o padre



Conto regional do Nordeste (autor desconhecido)

Um padre andava pelo sertão, e como estava com muita sede, aproximou-se duma cabana e chamou por alguém de dentro. Veio então lhe atender um menino muito mirrado.

- Bom dia meu filho, você não tem por aí uma aguinha aqui pro padre?

- Água tem não senhor, aqui só tem um pote cheio de garapa de açúcar! Se o senhor quiser... - disse o menino.

- Serve, vá buscar. - pediu-lhe o padre.

E o menino trouxe a garapa dentro de uma cabaça. O padre bebeu bastante e o menino ofereceu mais. Meio desconfiado, mas como estava com muita sede o padre aceitou. Depois de beber, o padre curioso perguntou ao menino:

- Me diga uma coisa, sua mãe não vai brigar com você por causa dessa garapa?

- Briga não senhor. Ela não quer mais essa garapa, porque tinha uma barata morta dentro do pote.

Surpreso e revoltado, o padre atira a cabaça no chão e esta se quebra em mil pedaços. E furioso ele exclama:

-Moleque danado, por que não me avisou antes?

O menino olhou desesperado para o padre, e então disse em tom de lamento:

- Agora sim eu vou levar uma surra das grandes; o senhor acaba de quebrar a cabacinha de vovó fazer xixi dentro!




sexta-feira, 20 de agosto de 2010

A fruta


Hoje está um lindo dia para um passeio nesse maravilhoso e verde Bosque...Um Menino caminhava tranqüilo pelo bosque, olhando as árvores e admirando aquela bela natureza...Então ele viu uma coisa que o deixou maravilhado. Era uma frutinha presa no alto de um monte. Mas, não era uma fruta comum, era a fruta mais brilhante e bonita que já havia visto. E ele disse: - Tenho que pegar essa fruta. Não me parece nada difícil, é só subir o montinho e pronto... E com firmeza, ele começou a escalar o pequeno monte. Quando ele já estava quase na metade do caminho, um pedaço de pedra se quebrou e ele caiu. Então ele disse: - Não prestei atenção direito... Dessa vez vou subir com mais cuidado! Decidido, resolveu subir outra vez. E nesse momento, começou a cair uma chuva muito forte seguida de trovões. De repente deu um grande relâmpago, e um raio muito brilhante caiu sobre o monte, muito perto dele. Ele levou o maior susto de sua vida, e, de novo, caiu da pequena montanha. Depois do susto, ele disse: - Essa fruta tá ficando difícil. Mas, como ela me parece muito suculenta, e a chuva já passou, vou lá pegá-la. E mais uma vez começou a escalar a encosta. Depois de analisar bastante a situação, ele disse: - Acho melhor subir com uma corda. Ele jogou a corda e a laçou numa pedra no alto do monte, e outra vez, iniciou a subida. Por incrível que pareça, no meio da subida, a corda se partiu e ele caiu uma vez mais. Depois de terminar a escada, ele subiu e sorrindo comentou: - Com a escada tudo parece mais fácil. Acho que dessa vez consigo. Lá vou eu... Agindo assim, finalmente ele chegou no topo do monte. Muito contente, olhou a fruta e exclamou: - Valeu a pena o trabalho que tive. Depois de tantas dificuldades, você parece muito mais bonita. E colheu a fruta. Vitorioso, ele desceu e foi para casa dizendo: - Apenas uma pessoa merece esta tão bela e valorosa fruta, e ela é a minha Mãe.

Os obstáculos, sempre vão existir na vida das pessoas. Lutar e tentar vencê-los é o verdadeiro desafio!

O menino, o burro e o cachorro



Um menino foi buscar lenha na floresta com seu burrico e levou junto seu cachorro de estimação.
Chegando no meio da mata, o menino juntou um grande feixe de lenha, olhou para o burro, e exclamou:
- Vou colocar uma carga de lenha de lascar nesse burro!

Então o Jumento virou-se para ele e respondeu:- É Claro, não é você quem vai levar!
O Menino muito admirado com o fato de ter o burro falado, correu e foi direto contar tudo ao seu pai. Ao chegar em casa, quase sem fôlego, ele disse:
- Pai, eu estava na mata juntando lenha e depois de preparar uma carga para trazer, e quando eu disse que ia colocá-la na garupa do burro, acredite se quiser, ele se virou para mim e disse: "É Claro, não é você quem vai levar!"O Pai do menino, olhou-o de cima para baixo, e meio desconfiado repreendeu ele: Você está dando para mentir agora. Onde já se viu tal absurdo, animais não falam! Nesse momento, o cachorro que estava ali presente, saiu em defesa do garoto e falou: Foi verdade, eu também estava lá e vi tudinho!
Assustado o pobre camponês, julgando que o animal estivesse endiabrado, pegou um machado que estava encostado na parede e o ergueu para ameaçá-lo. Nesse momento, aconteceu algo ainda mais curioso. O machado começou a tremer em suas mãos, e de dentro dele saiu uma voz que soava temerosa:
O senhor tenha cuidado, esse cachorro pode me morder!
Nota:
Conto popular no Nordeste sendo de origem desconhecida.

O menino e o padre



Um padre andava pelo sertão, e como estava com muita sede, aproximou-se duma cabana e chamou por alguém de dentro.
Veio então lhe atender um menino muito mirrado.
- Bom dia meu filho, você não tem por aí uma aguinha aqui pro padre?
- Água tem não senhor, aqui só tem um pote cheio de garapa de açúcar! Se o senhor quiser... - disse o menino.
- Serve, vá buscar. - pediu-lhe o padre.
E o menino trouxe a garapa dentro de uma cabaça. O padre bebeu bastante e o menino ofereceu mais. Meio desconfiado, mas como estava com muita sede o padre aceitou.
Depois de beber, o padre curioso perguntou ao menino:
- Me diga uma coisa, sua mãe não vai brigar com você por causa dessa garapa?

- Briga não senhor. Ela não quer mais essa garapa, porque tinha uma barata morta dentro do pote.
Surpreso e revoltado, o padre atira a cabaça no chão e esta quebra-se em mil pedaços. E furioso ele exclama.
- Moleque danado, por que não me avisou antes?
O menino olhou desesperado para o padre, e então disse em tom de lamento:
- Agora sim eu vou levar uma surra das grandes; o senhor acaba de quebrar a cabacinha de vovó fazer xixi dentro!
Nota:
Conto regional do nordeste, muito conhecido em quase todas as cidades do interior, de Pernambuco ao Maranhão.
Origem desconhecida

quarta-feira, 12 de maio de 2010

O reformador do mundo

Monteiro Lobato

Américo Pisca-Pisca tinha o hábito de pôr defeito em todas as coisas. O mundo para ele estava errado e a natureza só fazia asneiras.

— Asneiras, Américo?

— Pois então?!... Aqui mesmo, neste pomar, você tem a prova disso. Ali está uma jabuticabeira enorme sustentando frutas pequeninas, e lá

adiante vejo uma colossal abóbora presa ao caule duma planta rasteira. Não era lógico que fosse justamente o contrário? Se as coisas

tivessem que ser reorganizadas por mim, eu trocaria as bolas, passando as jabuticabas para a aboboreira e as abóboras para a jabuticabeira.

Não tenho razão?

Assim discorrendo, Américo provou que tudo estava errado e só ele era capaz de dispor com inteligência o mundo.

— Mas o melhor – concluiu – não é pensar nisto e tirar uma soneca à sombra destas árvores, não acha?

E Pisca-Pisca, pisca-piscando que não acabava mais, estirou-se de papo para cima à sombra da jabuticabeira.

Dormiu. Dormiu e sonhou. Sonhou com o mundo novo, reformado inteirinho pelas suas mãos. Uma beleza!

De repente, no melhor da festa, plaf! Uma jabuticaba cai do galho e lhe acerta em cheio no nariz.

Américo desperta de um pulo; pisca, pisca; medita sobre o caso e reconhece, afinal, que o mundo não era tão mal feito assim.

E segue para casa refletindo:

— Que espiga!... Pois não é que se o mundo fosse arrumado por mim a primeira vítima teria sido eu?

Eu, Américo Pisca-Pisca, morto pela abóbora por mim posta no lugar da jabuticaba?

Hum! Deixemo-nos de reformas. Fique tudo como está, que está tudo muito bem. E Pisca-Pisca continuou a piscar pela vida em fora, mas já sem cisma de corrigir a natureza.

Fábulas – 16 ed

Editora Brasiliense – SP – Brasil - 1973

domingo, 23 de agosto de 2009

Um gatinho abandonado

O dia amanheceu chuvoso e frio. Esfregando os olhos ainda sonolenta, Fatinha vislumbrou algo estranho num canto de seu quarto. Depressa, ela pulou da cama para pegar aquele animalzinho todo ensopado de chuva. Era um gatinho cinzento, que vendo a menina se aproximar, tentou se esconder. Fatinha pegou o gato, que miando e esperneando, não desistia de fugir. A menina ralhou com ele: - Não faça barulho, meu gatinho, senão vovó ouve e dá bronca em nós dois! O animal pareceu entender pedido, pois logo ficou quieto e se aninhou nos braços da menina. Fatinha pegou uma toalha e começou a secar o gatinho. Enquanto fazia isto, ouviu o relógio da sala batendo sete horas. E se a vovó Catarina resolvesse vir chamá-la? A vovó não gostava de gatos. Ia dar a maior bronca. Fatinha ouviu passos no corredor. Ficou apavorada. Os passos foram se aproximando. Num segundo a porta se abriu e apareceu uma mulher morena. Era Lita, a mãe dela. - Bom-dia, filha! Está na hora do café! No mesmo instante, Lita viu que Fatinha escondia algo debaixo de uma toalha: - O que está escondendo aí, filha?
- Nada, mamãe!
- Fale a verdade, Fatinha!
- Mamãe...Fatinha começou a chorar. Lita abraçou-a, dizendo:
- Menina, você sabe que sua avó não gosta de gato!- Mamãe, ele estava todo molhado. Coitadinho! Entretidas com o gato, as duas não perceberam alguém vindo pelo corredor. De repente a porta do quarto se abriu e dona Catarina arregalou os olhos de surpresa.
- Um gato aqui? Lita correu ao encontro da avó, justificando:
- Vovó, esse gatinho estava...
- Vocês sabem que não gosto de gato. Menina, solta esse bicho bem longe daqui! Já!
Fatinha não disse nada. Dona Catarina saiu do quarto, arrastando os chinelos. Lita foi atrás dela, tentando convencê-la. A chuva havia cessado repentinamente. O sol despontava no horizonte. Os pássaros cantavam. E Fatinha, saindo de casa para abandonar o gato, estava muito triste. Lita, olhando a filha caminhando devagarinho e segurando com tanto amor o gato, começou a chorar. Dona Catarina viu as suas lágrimas e ficou comovida. Ela disse:
- Lita, chame Fatinha pra voltar com o gato!
Lita, pulando de alegria, saiu correndo e gritando:
- Fatinha... Fatinha! Volte! Sua avó deixou...
A menina parou e enxugou as lágrimas. A vovó deixou ela ficar com o gato. Legal! Voltou pulando de alegria, beijou a mãe no rosto e disse:
- Meu gatinho está muito feliz!
Em casa, dona Catarina, olhando as duas abraçadas com o bichinho, concluiu:-
A gente não podia abandonar esse animal... Ele morreria de fome. É melhor cuidar dele.

Rubo Medina

terça-feira, 11 de agosto de 2009

A centopéia e a barata
Ia uma centopéia com suas patinhas pelo caminho quando topou com uma barata. Vendo tantas patinhas num bichinho só, a barata ficou boquiaberta:
– Mas dona centopéia, para que tantas patinhas? A senhora precisa mesmo delas? Olha eu só tenho seis e são mais que suficientes!Posso fazer tudo, correr, trepar nas paredes, me esconder nos buracos. Ninguém consegue me acertar na primeira nem na segunda chinelada!
– É – respondeu a centopéia –, eu não havia pensado nisso! E olha que tenho essas cem patinhas desde que nasci. Cinquenta de um lado e cinquenta de outro...
– Como a senhora faz quando tem uma coceira? – Perguntou a barata. – Já imaginou o trabalhão, coçando daqui e dali, sem parar? Deve ser um inferno ter tantas patinhas! Por que a senhora não amarra noventa e quatro e fica com seis como eu? Vai ficar muito mais fácil e senhora vai inclusive correr muito mais como eu.
Centopéia é o nome popular de um animalzinho com muitos pares de patas. Esse animalzinho, conforme a espécie pode ter de 15 a 171 pares de patas. Algumas espécies são venenosas, porém suas picadas não oferecem risco de morte.

Responda
Você acha que a centopéia deveria aceitar a sugestão da barata? Por quê?

terça-feira, 28 de julho de 2009

O pinheirinho


Era uma vez um pinheirinho.

Na floresta, no meio das outras árvores cobertas de folhas, ele era o único que só tinha agulhas. Agulhas e mais agulhas. E como se queixava!

– Todas as minhas amigas têm folhas, lindas e verdinhas. E eu, só espinhos! Com eu queria ter folhas, folhas de ouro! Todo mundo ia ficar com inveja de mim!

E no dia seguinte, ao acordar, o pinheirinho ficou maravilhado:

– Cadê meus espinhos? Sumiram. E eu ganhei as folhas de ouro que queria! Que felicidade!

E todas as árvores, olhando o pinheirinho, diziam:

– O pinheirinho é de ouro!

E aí aconteceu que um ladrão muito feio entrou na floresta e ouviu a conversa das árvores. E pensou: “Um pinheirinha de ouro!? Está pra mim!”

Mas o ladrão tinha medo de ser encontrado, por isso voltou só quando escureceu, com um saco bem grande. Depois arrancou todas as folhas. Não deixou sobrar nenhuma.

No dia seguinte, quando viu que estava pelado, o pobrezinho começou a chorar.

– Não quero mais ouro! – falou baixinho. – Os ladrões vêm e carregam tudo. Eu queria ter folhas de vidro, vidro também brilha.

Pois bem, no dia seguinte, ao acordar, estava com as folhas que queria. Todo contente, ele falou:

– Em vez de folha de ouro, tenho folhas de vidro. Estou bem tranqüilo. Não vão me tirar.

E todo mundo que estava por perto falava assim:

– Olha o pinheirinho com as folhas de vidro!

Mas anoiteceu, veio chuva e vento, uma tempestade. Não adianta pedir, não adianta chorar: o vento balança o pinheirinho e leva suas folhas. Não fica nenhuma.

Acabou a noite, já veio o dia. Quando vê o estrago, o pobre pinheirinho começa a chorar:

– Pobre de mim! Quanta desgraça! Estou nu de novo. Minhas folhas de vidro, quebraram. Eu queria ter, como as minhas amigas, lindas folhas verdes.

Pois bem: No dia seguinte, ao acordar, ele viu que tinha ganhado o que queria.

– Como estou feliz! Agora estou tranqüilo, sem medo de nada.

E as árvores vizinhas, ao ver o pinheirinho, falaram assim:

– Olha o pinheirinho! Coisa impressionante! Está igual a nós!

Mas durante o dia aconteceu que a cabra inventou de passear com seus cabritinhos. Assim que ela vê o pinheirinho, começa a chamar:

– Venham, filhinhos! Encham a pança, não deixem nada.

E os cabritinhos chegam pulando e devoram tudo em três segundos.

E aí, quando vem a noite, o pinheirinho, nuzinho, tremendo inteiro, começa a chorar como um bebê.

– Comeram tudo – fala baixinho. – Não sobrou nada. Perdi minhas folhas, as lindas folhas verdes, as folhas de vidro, as folhas de ouro. Se me devolvessem todas as agulhas, que bom seria!

E no dia seguinte, ao acordar, o pinheirinho nem sabe mais o que dizer. Seus velhos espinhos voltaram todos!

Quanta alegria!

Ele quase dança!

Acabou-se a mania de exibição. E as árvores vizinhas, vendo o pinheiro e percebendo que ele queria, falam assim:

– Olha o pinheirinho! Está como era antes!

Natha Caputo e Sara Cone Bryant

quarta-feira, 22 de julho de 2009


A sementinha.
Dentro de um bagaço de laranja, já bastante ressecado, vivia uma sementinha
__Que tristeza, diziam todos. __Vai morrer ali sozinha.
__Que nada! __Dizia ela.__Eu vou sair deste bagaço e viverei para sempre! __ Só estou esperando um vento forte para me levar.
Um dia, passou um vento forte e...zum! Levou a pequena semente e a depositou num bom terreno.
__Não falei? __disse a sementinha. __Dentro em breve, vai brotar em mim uma laranjeira que dará lindas flores e saborosos frutos.
E deitou-se na terra fofa e macia para receber as lágrimas da chuva sobre o seu rostinho seco.
(D’olim Marote)