Nuvem branca, 04 de agosto de 2008
Querida flor do Campo,
Estou chegando de viagem. Mal tive tempo de descansar! Mas queria escrever logo, pois tenho uma grande notícia para te dar.
Antes, porém, vou contar a minha viagem maravilhosa. Lembras que eu vivia aí no riacho Cantor, bem naquela curva onde te vi brotar? Quase n me mexia, ficava ali parada, o tempo todo, conversando contigo e te vendo crescer. Às vezes me dava vontade de escorregar pelo rio, passear bastante e conhecer o mar! Mas aquele cantinho era tão sossegado, limpo e alegre, que eu acabei ficando por lá mesmo. Esse foi o tempo em que ficamos amigas, nós e Redondinha, aquela pedra faladeira...
Até que, num dia muito quente, um raio de sol veio se refrescar no nosso riacho, bem onde eu estava. Conversamos um pouco, ele perguntou se eu gostaria de sair da água, conhecer outros lugares... Eu quis, claro que eu quis! E assim começou nosso passeio. Ele me levantou bem alto, tão alto que eu pude ver o riacho inteirinho, desde a nascente na montanha até a foz, no rio Azul.
Subimos mais ainda – e então, eu vi o mar! E todas as coisas aí embaixo pareciam muito pequenas, como se fossem de brinquedo.
Finalmente, chegamos a esta nuvem, onde estou agora. Tenho uma porção de amigas, todas elas gotas d’água. Cada uma tem uma história para contar. Conversamos muito, brincamos de formar figuras diferentes – agora mesmo, nossa nuvem está parecendo um cavalo. É ótimo!
Como vês, eu me diverti bastante depois que saí do riacho. Mas não me esqueci dos amigos que deixei. E a notícia que te quero dar é justamente sobre isso.
Daqui a alguns dias vai chover sobre o riacho Cantor, bem lá na montanha, onde ele nasce. E eu resolvi aproveitar essa chuva para voltar.
Espero que tenhas gostado da novidade.
Quando eu chegar aí, quero que me contes tudo que aconteceu desde que nos separamos, avisa Redondinha de minha volta!
Até a próxima chuva!
Tua amiga,
Gota d’Água
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